acessibilidade do blogue: criação de um ambiente virtual inclusivo?

1. Sobre o ambiente virtual criado

Seguindo a sugestão proposta, no projecto final foi criado um blogue na plataforma Blogger. Por ser uma ferramenta muito utilizada, que conta com um universo alargado de utilizadores, tornava-se interessante analisar a acessibilidade deste ambiente virtual.

As necessidades especiais e a acessibilidade na infância é o tema central do projecto criado, especialmente dedicado à divulgação de livros que adoptam princípios do desenho inclusivo, ou de leituras que tocam a questão da deficiência e das necessidades especiais na infância. Assim, pensou-se num espaço sobre livros, leituras e outras notícias sobre necessidades especiais e acessibilidade na infância.

2. Validador automático

Para poder analisar a acessibilidade do blogue e comparar os resultados de validadores que organizam os resultados de forma diversa, numa fase ainda inicial da inserção de conteúdos foram utilizados três validadores automáticos: "Examinator UMIC", "Acesso Brasil – Validador Da Silva" e "Hera". Numa fase mais avançada, já com a inserção do vídeo e das imagens, regressou-se aos validadores para verificar as alterações registadas.

3. Análise da acessibilidade da ferramenta

Através da análise dos resultados dos validadores na Fase 1, ainda com poucos conteúdos e sem imagens ou vídeo, podemos verificar que o blogue apresenta alguns problemas de acessibilidade estruturais que não se encontram associados à inserção de conteúdos, mas à própria forma como a ferramenta é disponibilizada.

Numa fase posterior, com a inserção de mais conteúdos – incluindo as imagens e o vídeo – a ocorrência de erros aumenta consideravelmente. Através do menu de edição não é possível ultrapassar a maior parte dos problemas de acessibilidade identificados pelos validadores, o que significa que o utilizador comum não consegue resolver muitos dos erros apresentados sem recorrer a conhecimentos de programação e linguagem html.

Por exemplo, para que qualquer utilizador pudesse melhorar a acessibilidade do blogue seria importante que a especificação do idioma principal da página pudesse ser realizada directamente num menu próprio de edição, evitando a necessidade de corrigir o código-fonte em html.

Outro exemplo, o editor do blogger não permite a descrição de imagens em formato “texto alternativo” directamente no menu de edição. Infelizmente, o utilizador não tem esta funcionalidade à disposição quando edita o blogue. Assim, apenas com algum conhecimento de linguagem html é possível ultrapassar dificuldades nesta área.

O blogger permite a utilização de um modelo de apresentação do layout simples sem imagem de fundo e permite uma selecção de cores de primeiro plano (letra, ligações, títulos) e cores de fundo que permitem ir de encontro aos requisitos de legibilidade. Por exemplo, com o auxílio do validador Hera foi possível ajustar a cor e o contraste, através do cálculo da diferença de brilho e da diferença de cor de acordo com o algoritmo sugerido pelo W3C (diferença de brilho deve ser superior a 125, diferença de cor dever ser superior a 500).

O blogger permite também escolher diferentes opções em relação à estrutura de apresentação da informação. Dado que os softwares de leitura adaptados a pessoas cegas ou com baixa visão percorrem as páginas da esquerda para a direita e de cima para baixo, optou-se por um esquema de blogue com os artigos (posts) situados à esquerda e com o menu lateral situado à direita no ecrã. Desta forma evita-se que se tenha de percorrer todo o menu lateral através das ligações e arquivo do blogue antes de chegar aos artigos mais recentes, facilitando a leitura. Esta opção permite igualmente facilitar o acesso a conteúdos através da navegação por teclado, alternativa utilizada tanto por pessoas cegas como por pessoas que enfrentam dificuldades motoras na movimentação do cursor pelo ecrã através do manuseamento do rato (periférico de entrada).

4. Análise dos conteúdos

Procurou-se colocar a descrição das imagens e do vídeo numa localização que facilite a identificação do respectivo objecto. O vídeo foi colocado entre um título, que procura sinalizar a existência de um objecto, e a sua respectiva descrição.

Na descrição das imagens e do vídeo procurou-se incluir um breve enquadramento da origem/fonte da imagem ou vídeo, o tema principal e uma breve descrição do que se “vê” e “ouve”, quando justificado. Procurou-se ainda ir de encontro a requisitos de leiturabilidade dos conteúdos apresentados.

Tanto nos artigos como no menu lateral, no espaço das ligações, foram inseridas hiperligações com o url oculto.
30 de Junho de 2010