segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Mostra: Matilde Rosa Araújo (1921-2010)

Imagem do livro O Cantar da Tila (Atlântida, 1967)
de Matilde Rosa Araújo (poemas) e Maria Keil
(ilustração). Na capa, um desenho a traço verde
de Maria Keil: aproxima-se o Sol para enfeitar a
primavera no chapéu da Tila.
De 17 a 30 de Setembro de 2010 a Biblioteca Nacional apresenta na Sala de Referência uma mostra bibliográfica em homenagem a Matilde Rosa Araújo (1921-2010), professora e escritora especialmente dedicada à literatura para a infância e adolescência, com poesia, novelas e contos publicados. A entrada é livre.

No texto de apresentação da presente mostra podemos ler:

«Depois de uma escolaridade integralmente doméstica, Matilde Rosa Lopes de Araújo ingressou na Faculdade de Letras de Lisboa, onde se licenciou em 1945, seguindo a carreira do ensino técnico-profissional, leccionando nomeadamente no primeiro curso de Literatura para a Infância na escola do Magistério Primário. Como escritora, deixou uma obra essencialmente ligada à infância e adolescência, quer enquanto novelista e contista, quer de poetisa, ascendendo a mais de meia centena os títulos publicados, a maior parte dos quais com sucessivas reedições. Se a tal juntarmos as obras didácticas, as antologias, as obras de divulgação para crianças e adolescentes, estamos seguramente perante uma dos nomes mais importantes do género na literatura portuguesa contemporânea.

Em geral, a sua obra coloca o mundo da infância, sob um olhar descobridor e deslumbrado, em face do olhar adulto que completa, com a sabedoria, a percepção do mundo que rodeia as personagens, mesmo nos seus aspectos mais banais. 


Com a sua consagração, cerca de duas décadas após o primeiro título, A Garrana (ficção, 1943), as obras de Matilde Rosa Araújo cobrem-se com a colaboração de alguns dos melhores ilustradores do seu tempo, tornando os seus livros objectos de beleza que aliam ao poder do texto a riqueza sugestiva das imagens.

Recebeu da Fundação Calouste Gulbenkian o Grande Prémio de Literatura para Crianças (1980) e o prémio para o melhor livro infantil, pelo seu trabalho poético
Fadas Verdes (1996). A novela O Palhaço Verde, um dos seus primeiros títulos, foi considerada como melhor livro estrangeiro pela Associação Paulista de Críticos de Arte de São Paulo (1991).»