Imagem do livro O Têpluquê e Outras Histórias de Manuel António Pina (textos e poemas) e Bárbara Assis Pacheco (ilustração). Na capa, animais em roda livre. |
Esta história (em vez de dizer esta história, dizia esca escória) tem uma moral, é das que têm moral: todos os defeitos de pronúncia (como os outros defeitos todos, há uma história para cada defeito) têm também virtudes de pronúncia, senão eram defeitos perfeitos. Ao menino, como a toda a gente que tem defeitos de pronúncia, ENTARAMELAVA-SE-LHE a língua; este menino tinha sorte porque, como as letras do defeito dele eram o tê e o quê, a língua ENCARAMELAVA-SE-LHE e o menino gostava muito (goscava muico).
Manuel António Pina, "O têpluquê"
in O Têpluquê e Outras Histórias, Lisboa: Assírio & Alvim, 2006, pp. 25-26.
(versão grafada como surge no livro)
in O Têpluquê e Outras Histórias, Lisboa: Assírio & Alvim, 2006, pp. 25-26.
(versão grafada como surge no livro)
Publicado originalmente em 1976 (editora A Regra do Jogo), "O Têpluquê" brinca com as sonoridades e os sentidos das palavras. Posteriormente publicado na colectânea O Têpluquê e Outras Histórias (Assírio & Alvim, 2006), surge acompanhado por uma revolução das letras (com uma ajuda dos números), um contador de histórias interruptas chamado Bocage, pensamentos voadores que se pensam a si próprios, velocidades e mais outras unidades de grandeza:
À Ana no dia do Anaversário
A Revolução das Letras
O Têpluquê
Conversa com um Escaravelho
Gigões & Anantes
Para Baixo e Para Cima
A Floresta das Adivinhas
O Regresso do Escaravelho Contador de Histórias
Abdulum & Abduldois